Como habitualmente no primeiro sábado de Maio de cada ano, reuniu em convívio a Associação de Antigos Alunos do Seminário Diocesano de Leiria (ASDL), na Casa que, para além da formação integral e princípios que ministrou, foi o espaço que em determinado momento das nossas vidas nos juntou e continua a juntar. Independentemente de outras iniciativas que ao longo do ano se vão realizando, faz sempre sentido o regresso à Casa que foi berço da nossa amizade, a cimentou e a projectou para o futuro. E temos a feliz sorte de hoje, passados muitos anos, nos continuarmos a sentir aqui acolhidos como filhos da Casa, quer pelos responsáveis do Seminário, quer pelo nosso Bispo.
A portaria de honra do Seminário abre-se poucas vezes ao ano (utiliza-se essencialmente uma portaria de serviço). Mas Neste dia é aqui, neste grande átrio que, como acto distinto, se faz o acolhimento. E merece. Quem vem, é pela amizade que aqui semeou, mas também pelo reconhecimento de que esta casa grande (no sentido material) é, sobretudo, uma grande Casa, no sentido do afecto, uma inesquecível escola de vida. Vir aqui, é também um acto de gratidão.
Depois do sempre saudoso e efusivo primeiro contacto, em que os braços se abrem, e os abraços se distribuem com um calor imenso, e de se dizer – “Presente”; no meio das animadas conversas e surpresas contadas do último ano ou, quiçá, dos últimos 30 ou 40 anos, para os que vem pela primeira vez depois de muitos anos (que ainda acontece), o sempre severo toque do relógio encaminha para a “Aula magna” para o primeiro momento formal do dia. Uma curta conferência com participação e diálogo final de todos.
Este ano a conferência foi proferida pelo missionário Pe. Francisco Lourenço subordinada ao tema “O que pode fazer a Fé pela Esperança em tempos de Crise”. Ora, seria difícil propor a um missionário tema mais fácil de tratar? Claro que não.
Se bem que a missão está em qualquer lugar, mesmo do outro lado da nossa rua, quem tem experiência concreta de missão em terras de guerra e pobreza extrema, tem resposta rápida ao desafio. Foi com essa resposta que nos deliciou o Pe. Francisco com relatos e imagens da sua experiência em Moçambique. O Pe. Francisco foi também um filho da casa, que agora veio reviver e reencontrar amigos do seu tempo, lembrando a sua passagem por aqui como uma curiosa história de quase desencontros, que o levou a seguir o chamamento da vocação em outras paragens.
Seguiu-se a celebração da eucaristia e o almoço convívio onda a habitual “algazarra” não maculou o são convívio nem sequer a boa comunicação, no fundo a sua própria origem. E do lauto e variado banquete, não posso deixar de destacar aquelas primeiras e “fabulosas” favas tenras com entrecosto.
Seguiu-se a Assembleia Geral anual, da qual destacamos a confirmação por mais dois anos da actual estrutura directiva da ASDL; onde foram também informadas todas as actividades da UASP (União dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses), realizadas e previstas, tais como o projecto “Por mares dantes navegados”, e feito um apelo à participação, através da nossa Associação.
Dando sequência a uma recomendação da UASP, tornada objectivo na sua última Assembleia Geral (na sequência de se ter constatado ser uma questão importante para todas as associadas da própria UASP – e sendo que algumas Associações têm já um excelente trabalho feito nesta matéria, cuja metodologia seguida pode ser uma boa ajuda), tomaram-se decisões acerca de estratégias concretas para motivar e trazer ao nosso convívio e colaboração, antigos alunos de gerações mais novas que, por motivos vários, não aderiram ainda a esta dinâmica, mas fazem cá muita falta e, seguramente, que se sentirão muito bem neste convívio, entre amigos, na Casa que é de todos nós.
O encontro terminou outra vez à volta da mesa, já quase à hora de jantar, mas para um lanche reconfortante onde, para terminar como começou, os abraços foram gratuitos, efusivos, afectuosos e espraiaram num:
Até sempre, até já!
Luís Matias