Fazer nada…

– Chegou o dia em que, finalmente, vou poder fazer aquilo que gosto! – Exclamava jubilosamente o funcionário, na sua pose anafada e balofa, que os excessos acumulados no desfiar dos dias proporcionaram, ainda mais vaidoso que o habitual, após receber a notificação de que chegou a ansiada aposentação. O contínuo, termo hoje em desuso, substituído pela modernista designação de “auxiliar administrativo” neste afã de apagar as tradições, mas cujo conteúdo funcional nada mudou, sempre bajulador

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