Chegados ao mês de Dezembro sentimos que o Natal está próximo! Porém, ao caminharmos, em fins de Outubro, princípios de Novembro, pelas ruas adornadas da cidade e visitarmos os Centros Comerciais e as Grandes Superfícies temos o sentimento prematuro do outro “natal” madrugador, o dos negócios, do consumismo exacerbado, o do chamado “Pai Natal”! Figura criada pelo marketing da coca cola, nos anos trinta do século passado, impondo-se graças à publicidade agressiva. Depois, acontece que, entre a mesa cheia da sala de jantar e os embrulhos ao redor do pinheiro, esquecemo-nos de contemplar o mistério de Deus que vem ao nosso encontro na fragilidade de um Menino recém-nascido. “Tão frágil e pequenino que não damos por Ele”! Mas foi no mistério do Natal “que começou a manifestar-se a maneira humana de Deus nos amar”. E, assim, podemos ver o Menino Jesus nas vítimas frágeis e inocentes das armas e da fome, mormente, as crianças e, também, no rosto dos pobres, dos enfermos e de todos aqueles que o mundo esconde e esquece… Este tempo que devia ser de Paz, Solidariedade e de Fraternidade, com a loucura das guerras, é de violência, destruição e morte! Em todo o mundo permanecem mais de 50 conflitos armados! Muitos deles esquecidos, porque só nos mostram os da martirizada Ucrânia e a morte, pelas armas e pela fome, de milhares de vítimas, sobretudo, crianças, entre as cinzas e a lama da Faixa de Gaza…
Na tradição e cultura cristãs, o Natal é associado à Festa da Família, à Alegria das Crianças que gostam de receber as prendas, dadas pelo Menino Jesus, e de admirarem o encanto e a ternura do Presépio. O saudoso Papa Francisco falava do Presépio “como um Evangelho vivo”. De modo particular, desde a sua origem franciscana que é um convite a “sentir, a tocar a pobreza que escolheu para Si mesmo o Filho de Deus na Sua encarnação….” Foi na noite de 24 de Dezembro de 1223, véspera de Natal, que Francisco de Assis viveu de modo admirável, simbolizando o mais real possível, numa gruta da aldeia de Gréccio, o nascimento do Menino. Não faltou o boi e o jumentinho, espalhou feno no chão onde reclinou a imagem do Menino e, de cada lado do berço, colocou as imagens de Maria e José. Neste cenário natural, de encanto, candura e de simplicidade, com velas e tochas a iluminarem a noite, participaram na santa missa os frades menores, vindos de outras terras, o povo e os senhores da região. Quem nos dera que, neste Natal, os homens construíssem um cenário semelhante para festejarem o verdadeiro encontro com Deus e com os pobres, o reencontro com os familiares e amigos e pudessem celebrar a grande Festa da Alegria com “todos, todos, todos”. Mas, infelizmente, assim não acontece. A Fundação AIS – Ajuda a Igreja que Sofre – regista testemunhos de dor e sofrimento vividos em tantos países do mundo, sobretudo em África, com perseguições à Igreja Católica, raptos e mortes de muitos cristãos. Para os mais pobres e para as famílias refugiadas, imigrantes e sem abrigo, o Menino Jesus que nasceu para todos é o seu refúgio e a sua Esperança. Que as festas natalícias reacendam a Alegria do Encontro, da Proximidade e da Amizade…. Todos somos chamados a contribuir, com o nosso gesto solidário e generoso, no sentido de fortalecer a coragem e a fidelidade dos povos onde o terrorismo jihadista cresce imparavelmente. Neste contexto de extrema pobreza e de isolamento são os missionários e as missionárias, os leigos voluntários e os catequistas, a presença da Igreja onde mais ninguém chega. As necessidades são imensas, vivendo de forma muito dura. Que todos os cristãos, todos os homens de boa vontade, nesta quadra natalícia, manifestem a estes heróicos evangelizadores a sua proximidade e fraternidade.
Alfredo Monteiro
(AAAFranciscanos)

Parabéns Alfredo pela mensagem gorda de PAZ, votos para que mundo mude rapidamente de rumo. Os POVOS gritam por Paz, pão e felicidade, num NATAL que não existe devido à ambição e egoismos sem sentido num mundo cheio de vontradições. Natal sem PAZ e amor entre os povos não faz sentido e por muito que as lágrimas do sofrimento reclamem justiça, tal está a ser “impossível”. Ainda que Natal assim não deveria ser festejado, continuemos a alimentar a Esperança de que tal seja possível…enquanto assisto a tantos sofrimentos, Natal assim não quero. Abraço Amigo e fraternal com votos de Festas possíveis para todos. J Gomes