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Sábado, Dezembro 20, 2025

NATAL DE TODOS PARA TODOS

Chegados ao mês de Dezembro sentimos que o Natal está próximo! Porém, ao caminharmos, em fins de Outubro, princípios de Novembro, pelas ruas adornadas da cidade e visitarmos os Centros Comerciais e as Grandes Superfícies temos o sentimento prematuro do outro “natal” madrugador, o dos negócios, do consumismo exacerbado, o do chamado “Pai Natal”! Figura criada pelo marketing da coca cola, nos anos trinta do século passado, impondo-se graças à publicidade agressiva. Depois, acontece que, entre a mesa cheia da sala de jantar e os embrulhos ao redor do pinheiro, esquecemo-nos de contemplar o mistério de Deus que vem ao nosso encontro na fragilidade de um Menino recém-nascido. “Tão frágil e pequenino que não damos por Ele”! Mas foi no mistério do Natal “que começou a manifestar-se a maneira humana de Deus nos amar”. E, assim, podemos ver o Menino Jesus nas vítimas frágeis e inocentes das armas e da fome, mormente, as crianças e, também, no rosto dos pobres, dos enfermos e de todos aqueles que o mundo esconde e esquece… Este tempo que devia ser de Paz, Solidariedade e de Fraternidade, com a loucura das guerras, é de violência, destruição e morte! Em todo o mundo permanecem mais de 50 conflitos armados! Muitos deles esquecidos, porque só nos mostram os da martirizada Ucrânia e a morte, pelas armas e pela fome, de milhares de vítimas, sobretudo, crianças, entre as cinzas e a lama da Faixa de Gaza…

Na tradição e cultura cristãs, o Natal é associado à Festa da Família, à Alegria das Crianças que gostam de receber as prendas, dadas pelo Menino Jesus, e de admirarem o encanto e a ternura do Presépio. O saudoso Papa Francisco falava do Presépio “como um Evangelho vivo”. De modo particular, desde a sua origem franciscana que é um convite a “sentir, a tocar a pobreza que escolheu para Si mesmo o Filho de Deus na Sua encarnação….” Foi na noite de 24 de Dezembro de 1223, véspera de Natal, que Francisco de Assis viveu de modo admirável, simbolizando o mais real possível, numa gruta da aldeia de Gréccio, o nascimento do Menino. Não faltou o boi e o jumentinho, espalhou feno no chão onde reclinou a imagem do Menino e, de cada lado do berço, colocou as imagens de Maria e José. Neste cenário natural, de encanto, candura e de simplicidade, com velas e tochas a iluminarem a noite, participaram na santa missa os frades menores, vindos de outras terras, o povo e os senhores da região. Quem nos dera que, neste Natal, os homens construíssem um cenário semelhante para festejarem o verdadeiro encontro com Deus e com os pobres, o reencontro com os familiares e amigos e pudessem celebrar a grande Festa da Alegria com “todos, todos, todos”. Mas, infelizmente, assim não acontece. A Fundação AIS – Ajuda a Igreja que Sofre – regista testemunhos de dor e sofrimento vividos em tantos países do mundo, sobretudo em África, com perseguições à Igreja Católica, raptos e mortes de muitos cristãos. Para os mais pobres e para as famílias refugiadas, imigrantes e sem abrigo, o Menino Jesus que nasceu para todos é o seu refúgio e a sua Esperança. Que as festas natalícias reacendam a Alegria do Encontro, da Proximidade e da Amizade…. Todos somos chamados a contribuir, com o nosso gesto solidário e generoso, no sentido de fortalecer a coragem e a fidelidade dos povos onde o terrorismo jihadista cresce imparavelmente. Neste contexto de extrema pobreza e de isolamento são os missionários e as missionárias, os leigos voluntários e os catequistas, a presença da Igreja onde mais ninguém chega. As necessidades são imensas, vivendo de forma muito dura. Que todos os cristãos, todos os homens de boa vontade, nesta quadra natalícia, manifestem a estes heróicos evangelizadores a sua proximidade e fraternidade.

Alfredo Monteiro
(AAAFranciscanos)

One thought on “NATAL DE TODOS PARA TODOS

  1. Parabéns Alfredo pela mensagem gorda de PAZ, votos para que mundo mude rapidamente de rumo. Os POVOS gritam por Paz, pão e felicidade, num NATAL que não existe devido à ambição e egoismos sem sentido num mundo cheio de vontradições. Natal sem PAZ e amor entre os povos não faz sentido e por muito que as lágrimas do sofrimento reclamem justiça, tal está a ser “impossível”. Ainda que Natal assim não deveria ser festejado, continuemos a alimentar a Esperança de que tal seja possível…enquanto assisto a tantos sofrimentos, Natal assim não quero. Abraço Amigo e fraternal com votos de Festas possíveis para todos. J Gomes

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