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Sábado, Julho 27, 2024

NO MÊS DOS SANTOS POPULARES

No dia 13 deste mês de Junho celebramos a festa de Santo António, o santo português mais popular em todo o mundo. Em Guimarães, a Irmandade de Santo António, sedeada na paróquia de São Paio, foi erecta em 1702 pelo Arcebispo Primaz de Braga como pessoa jurídica canónica. É uma Associação de fiéis que, de tempos já distantes, cumpre a tradição de, no último domingo de cada mês no fim da missa das 8 horas, distribuir aos pobres o “Pão de Santo António”. E a 13 de junho em que celebra solenemente a festa do Santo, na Igreja de São Domingos, distribui o pão aos pobres e também aos devotos.

É uma iniciativa bonita e espiritualmente muita rica que acontece em vários lugares do mundo. Santo António quando via e falava com os pobres ficava profundamente comovido. Um dia, perante uma multidão de famintos resolveu dar-lhes todos os pães que havia no Convento! Aconteceu que o frade padeiro ao não encontrar os pães que tinha preparado para a refeição da comunidade conventual ficou aflito… Naturalmente, bastante preocupado, contou o sucedido ao Frei António que, serenamente, lhe recomendou que fosse ver melhor onde guardou os pães. O irmão padeiro assim fez e voltou cheio de alegria, porque, afinal, os cestos estavam cheios! O milagre espalhou-se por todo o lado e nasceu daí o costume de colocar nas igrejas a caixa das esmolas para o “Pão de Santo António”.

Seria bom conhecermos melhor quem é este santo tão popular e, sobretudo, procurar imitá-lo no seu amor a Deus e aos pobres. Sabemos que nasceu em Lisboa pelo ano de 1191 a quem deram o nome de Fernando. Foi ordenado sacerdote com 23 anos e, mais tarde, cónego regrante de Santo Agostinho no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Nesta cidade conheceu os frades franciscanos recentemente chegados de Assis e que ficaram a residir no Eremitério de Santo Antão dos Olivais. Mas, algum tempo depois foram enviados em missão a Marrocos. Antes de partirem encontraram-se com a piedosa Rainha D. Urraca, esposa do Rei D. Afonso II, que lhes facilitou a viagem para as terras marroquinas. Viriam, pouco depois, a ser decapitados, em Janeiro de 1220, a mando do sultão muçulmano. Perante os seus corpos e o testemunho heroico dado pelos cinco mártires, Fernando de Bulhões opta pela mudança radical de vida. Troca o nome de Fernando pelo de António e deixa as vestes ricas de cónego pelo hábito austero franciscano, a “vida sedentária pela vida itinerante e missionária de frade menor” e parte também para Marrocos. Mas, a doença obriga-o a regressar e durante a viagem, acidentalmente, vai parar a Itália onde encontra Francisco de Assis que louva o Senhor por este novo irmão cheio de talentos e virtudes. Faleceu em Pádua a 13 de Junho de 1231 e foi canonizado logo no ano seguinte. O seu culto espalhou-se rapidamente por todo o mundo. É o único santo português Doutor da Igreja, proclamado por Pio XII em 1946, com o título de “Doctor Evangelicus”.

Alfredo Monteiro (AAAFranciscanos)

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